O governador em exercício de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicano), admitiu publicamente as falhas do Estado em proporcionar segurança à população e reconheceu a crescente atuação de facções criminosas na região. Em uma entrevista à imprensa na última sexta-feira (1), Pivetta destacou a urgência de um esforço conjunto do governo para enfrentar os desafios e garantir uma resposta adequada aos eventos alarmantes.
“Tem feito bastante, mesmo assim nos preocupa muito esse setor de segurança pública. Nós todos sabemos que a criminalidade galopa no Estado. Nosso governo precisa trabalhar muito para poder dar resposta à altura para os eventos que a gente está assistindo”, disse.
A preocupação do governador em exercício surge após a divulgação da segunda edição do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, que apontou quatro municípios de Mato Grosso entre os mais violentos da região. Dos 772 municípios que compõem a Amazônia Legal, 15 apresentaram altas taxas de mortes violentas entre 2020 e 2022. Quatro desses municípios estão no estado de Mato Grosso.
A pesquisa, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), revelou que Aripuanã-MT, Alto Paraguai-MT, São José do Rio Claro-MT, Nova Maringá-MT e Colniza-MT são as cidades mato-grossenses com os piores índices. Além disso, o estudo destaca a presença de três facções criminosas – Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Tropa do Castelar – que disputam território e contribuem para o aumento da violência diariamente.
O Comando Vermelho, o PCC e a Tropa do Castelar são as facções identificadas atuando em Mato Grosso, das 22 mapeadas na Amazônia Legal. O estudo aponta que essas facções têm uma presença mais marcante em 11 municípios do estado. Sorriso, a sexta cidade mais violenta do país, é mencionada como um cenário onde as três facções estão em disputa.
O levantamento ainda detalha o controle de algumas cidades por facções específicas. Cuiabá, Cáceres e Porto Esperidião são mencionadas como controladas pelo Comando Vermelho, enquanto Mirassol D’Oeste é dominada pelo PCC. Já Alta Floresta, Rondonópolis, Rosário Oeste, São José do Rio Claro, Tangará da Serra e Várzea Grande são palcos de uma disputa territorial entre as duas facções. A necessidade de ações enérgicas e coordenadas para lidar com esse cenário.